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Cap. 281

Augustus chega à cabana de Lua da Raposa e vê o outro delegado deitado nu e coberto por uma gosma amarelada.

Ao seu lado, senhorita Sarah mergulha um trapo dentro de um pote contendo um líquido escuro com cheiro de meia que foi vestida molhada.

A moça torce o trapo e o coloca sobre a testa do nativo.

— Muito bem, jovem! – parabeniza Lua da Raposa. — Sabia que meu neto estava em boas mãos.

— Agora, deixem que eu cuido dele enquanto vocês comem um pouco e descansam.

Sarah e Augustus vão para fora da cabana, cada qual com uma cumbuca contendo o que parece ser um cozido de truta e abóbora. Eles se entreolham e, para variar, Augustus fala primeiro:

— É, sobrevivemos.

Sarah: — Verdade.

Augustus: — E espero que Cobra Traiçoeira sobreviva também.

Sarah sorri: — Aquela mulher não vai deixar a morte chegar perto do neto dela.

Augustus se permite um pequeno sorriso enquanto concorda com a cabeça.

Sarah, um tanto ansiosa: — Posso perguntar uma coisa?

Augustus, curioso como sempre: — Claro.

Sarah: — Por que você salvou aquele maldito quando ele estava escorregando pela montanha?

Augustus prepara a resposta, mas a moça acrescenta:

— Você salvou o maldito apenas para explodir o desgraçado depois. Para quê?

Augustus aperta os lábios e começa a responder: — Não sei dizer.

A moça se surpreende, mas não se dá por satisfeita, mas o delegado prossegue sem que ela tenha de reforçar a pergunta:

— Em momentos de crise eu meio que me desligo das emoções, ficando cada vez mais concentrado em resolver os problemas.

— Por isso não sei dizer se foi por piedade ou bondade de minha parte, se foi por receio de que os Windigos pegassem as bombas e soubessem como usar aquilo, ou talvez eu já pretendesse explodir o Tex e os Windigos (e para isso precisaria das bombas), mas queria, antes, mostrar para aquele filho de uma cadela que eu era melhor do que ele.

— Faz sentido para você.

— Nenhum. – responde Sarah, conformada. — Pelo menos deu certo. Ele morreu e nós voltamos vivos.

O delegado aperta o colar no bolso de seu colete e balbucia: — Quase todos nós.
 

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